12 novembro 2006

Aquecimento Global: A Vingança de Gaia

Em entrevista para a revista Veja, o cientista inglês James Lovelock, que acredita que o equilíbrio natural foi rompido pelo aquecimento global, tese desenvolvida no livro A Vingança de Gaia, diz que o aquecimento global já chegou a um ponto sem volta. Entretanto, os efeitos da mudança climática só agora estão aparecendo para a maioria das pessoas, e se tornará insuportável lá pelo ano 2040.
Afirma ainda que até o fim do século é provável que cerca de 80% da população humana desapareça. Os 20% restantes vão viver no Ártico e em alguns poucos oásis em outros continentes, onde as temperaturas forem mais baixas e houver um pouco de chuva. Na América Latina, esses refúgios vão se concentrar na Cordilheira dos Andes e em outros lugares altos. O Canadá, a Sibéria, o Japão, a Noruega e a Suécia provavelmente continuarão habitáveis. A maioria das regiões tropicais, incluindo praticamente todo o território brasileiro, sera demasidamente quente e seca para ser habitada. A maior parte da população destas regiões vai morrer de fome. Com a mudança climática, será impossível cultivar alimentos ou criar animais de abate, porque não haverá chuva ou água para a irrigação.
A única opção para ganharmos tempo seria substituir as fontes de energias mais comuns por usinas nucleares, mais limpas do que hidrelétricas ou termoelétricas. As pessoas tem medo do lixo atômico, mas a quantidade de resíduos produzidas pelas usinas nucleares é irrisória. Para produzir a mesma quantidade de energia gerada é produzida no máximo 100 gramas de lixo atômico, contra 600 toneladas de resíduos de carbono.
Sobre a proposta de colocar um escudo solar em órbita, para devolver ao espaço os raios solares, Lovelock diz que não é uma má idéia. Esse escudo ficaria entre o Sol e a Terra e poderia desviar 3% dos raios solares e, dessa forma, reduzir o calor na atmosfera. Trata-se de uma medida relativamente rápida de ser implementada e custaria menos que a Estação Espacial Internacional. O escudo solar nos daria um pouco mais de tempo, mas não seria a cura para o problema do aquecimento global.
Fonte: Revista Veja, 25/10/2006

Um comentário:

Anônimo disse...

interessante este post.